O Benfica venceu ontem à noite o Bordéus por 1-0 no Estádio da Luz a contar para os Oitavos-de-final da Liga Europa. Com um 11 titular com algumas mudanças o Benfica demonstrou alguma impotência em segurar o jogo e dominar o Bordéus. André Almeida, Roderick Miranda, Carlos Martins, Gaintán e Rodrigo foram as novidades. Notou-se em demasia a falta de Matic, sem ele fomos incapazes de segurar o adversário no meio campo, e isso, é preocupante. Roderick apareceu no 11 titular para o substituir, fazendo-o francamente mal, jogando a meio campo com os seus hábitos de central. Salvou-nos um excelente remate à barra de Rodrigo que ressaltou no guarda-redes adversário, a quem a UEFA atribuiu (erradamente, na minha opinião) o golo. Antes do disso não estavamos a jogar nada que merecesse algum tipo de enaltecimento, então depois de estarmos a vencer, pior ainda, o ritmo baixou e os adeptos presenciaram uma tentativa infurtuita do Benfica tentar dominar o encontro. Não gosto de ver o Benfica a tentar controlar o jogo, a ganhar 1-0, porque habitualmente, isso é indicador de sofrimento. Mas felizmente, o nosso adversário também não esteve em grande nível.
A segunda parte não foi melhor. Aliás, foi pior ainda, porque a primeira pode contar com o breve festejo do golo de Rodrigo. Lançaram-se Lima, Salvio e Enzo Pérez para o relvado, mas não se notou diferença absolutamente nenhuma, e o jogo lá se arrastou dolorosamente até ao apito final, que podia ainda ter visto uma mudança repentina do marcador já perto final da partida. Duas jogadas relativamente perigosas a favor do Bordéus ameaçaram a baliza do Benfica, destaca-se um remate cruzado ao minuto 87, que levou Artur a fazer uma intervenção incompleta com André Almeida a limpar a jogada para canto. Apito final e uma chuva de assobios para a equipa vencedora. É triste de facto ver a equipa ser assobiada após um vitória sem golos sofridos para a Liga Europa. Não jogaram bem, é verdade, mas cumpriram o que era pedido deles, uma vitória sem golos sofridos. Para um verdadeiro Benfiquista assobiar o Benfica é contra-natura.
No fim não foi aquela Ode ao futebol que eu esperava, nem lá perto. Mas o objectivo foi cumprido, independentemente da qualidade do jogo. E na verdade, o que se passou em campo na noite de ontem, não foi uma novidade para olhos Benfiquistas, nem uma surpresa ao descrentes de Cristo, nosso treinador. Mais uma vez o Benfica foi capaz de fazer um jogo morno, sem conseguir aquele vital controlo a meio campo, apenas salvo por um ou outro relampejo de qualidade. Não houvesse esse claro talento e estaríamos lixados com F! e esta crónica seria bem diferente. O resultado é claramente melhor que a exibição, mesmo sendo escasso, repito que é bastante importante na Europa não ter sofrido golos na Luz.
No final do jogo, Jorge Jesus, deu numa de esotérico e afirmou que na alma dos adeptos havia a expectativa de goleada. O que está longe de ser verdade, o que vinha na alma dos benfiquistas era sim a esperança de uma demonstração de poder, um verdadeiro domínio ofensivo, que o Benfica, demonstrou ser incapaz de aplicar. Espero que as coisas sejam bem diferentes no Domingo contra o Gil Vicente, porque se mantivermos este ritmo de jogo, o objetivo principal vai certamente por água abaixo.
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